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quarta-feira, 23 de maio de 2012

8 meses em solo irlandês [8 months in Ireland]

E aí que ontem completei 8 mesinhos :D
Já não posso mais dizer completamos, pois todas as minhas companheiras de aventuras já voltaram pra casa, dando continuidade ao seus projetos de vida... E eu também vou... Demorou mas finalmente tomei minha decisão! E como postagem de hoje, vou deixar um texto que escrevi para uma competição na escola SEDA, onde estudei por 6 ótimos meses e agora estou de férias.
Qual a minha primeira impressão da Irlanda?
Eu tenho que dizer que a Irlanda não era minha primeira escolha, definitivamente. Eu escolhi a Inglaterra, há dois anos atrás.
Então lá estava eu, pesquisando sobre intercâmbio, quando uma amiga minha me fez essa pergunta mágica:
Porque tu não vais pra Dublin? É mais barato, é mais fácil, é velha e tem castelos (Sim, eu sou apaixonada por castelos a antigas civilizações)
E eu respondi:
Dublin, onde exatamente fica Dublin??
E ela disse:
Na Irlanda, claro!
E então eu pesquisei no Google: Castelos na Irlanda e todas aquelas imagens lindas começaram a aparecer na minha frente, uma em particular me chamou a atenção: Kylemore Abbey (Connemara, lugar onde eu fui na minha primeira viagem, que poderia também ser a última de tão bonito que é)
E naquele momento, naquele dia eu decidi: Vou estudar inglês em Dublin.
Mas ao contrário da maioria das pessoas, eu não vim porque era barato e etc..
Eu era, na verdade, eu SOU tão apaixonada por este país que foi impossível pensar em outras opções.
Daquele dia em diante foi só uma questão de tempo. 22 de setembro de 2012: Eu deixei pra trás minha família, meus amigos, meu cachorro, minha vida fácil e desembarquei na Irlanda, no aeroporto de Dublin.
Comigo? Apenas uma bagagem, um pouco de dinheiro, muitos sonhos e muita força de vontade para ultrapassar os obstáculos que vinham pela frente.
Tinha chegado a hora! Eu estava na Ilha Esmeralda, que por dois anos eu pude apenas sonhar e agora eu via com meus próprios olhos, e sentir aquela maravilhosa brisa de Dublin, e dizer bom dia para todas as pessoas que eu via na rua...
O que posso dizer sobre minha primeira impressão? Claro que todo mundo tem uma diferente, mas eu não poderia falar da minha sem dizer o quanto eu já amava este lugar antes.
Após 8 meses aqui eu decidi voltar para o Brasil e vou embora com a mesma impressão de quando cheguei:
É o lugar mais incrível para se estar! As ruas são limpas, as pessoas são amigáveis, as crianças um amor... Eu me sinto tão feliz vendo aquelas pessoas ocupadas da O'Connel Street, ou sentar no Bewley's Café e ficar olhando os artistas de rua pela janela, entretendo a todos, desfrutar de um lindo e ensolarado (e raro) dia no St. Stephen's Green Park e da paisagem... ah a paisagem é simplesmente deslumbrante!

[And yesterday I completed 8 months in Ireland. =D
I can no longer say WE COMPLETED because all my partners of adventures have returned home continuing their lives. And I will do so, also!
It took a long time, but I finally made up my mind!
As a post for today, I'll leave a text I wrote for a competition at SEDA, where I studied for 6 great months and now I'm on holidays.

I have to tell that Ireland was not my first choice, at all. I've chosen England, two years ago.
Then there I was, searching about studying abroad in England, London when a friend of mine said this magical sentence:
Why don't you go to Dublin? It's cheaper, it's easier and it's old and they have castles as well (Yes, I really love castles and old civilizations). I just answered: Where exactly is Dublin? And she said: Ireland, of course!
And then I googled it: Castles in Ireland and all that wonderful images started to appear in front of me, one in particular caught my eyes: Kylemore Abbey (Connemara, where I went in my first trip and could have been the last, so beautiful it is).
And that day at that moment I decided: I'm going to study English in Dublin.
But unlike most of people, I wasn't coming because it was cheap or whatever they said... I was, actually I am, just so in love with this country that it was impossible even think about another options.
From that day on it was just a matter of time... 22 of Setember 2011: I left behind my family, my friends, my dog, my house, my easy life and landed in Ireland, at Dublin airport.
With me? Just some luggage, some money and lots of dreams and willpower to overcome all the obstacles that lay ahead!
The time had come! I was on the Emerald Island, that for two years I could just dream about, and I now I could see with my own eyes, and feel that amazing breeze and say good morning for every single people I saw on the streets.
What can I say about the first impression?? Of course everyone has a different one, but I couldn't talk about MY one without talk about how much I already loved this place before.
After 8 months here, I'm going back to Brazil to give continuity to my studies but since I arrived, my first impression has never changed: It's just the most amazing place to be in! Streets are clean, people are friendly, kids are lovely, I feel so happy watching those busy people on O'Connel Street, sit at the Bewley's Café and overlook the buskers on Grafton street, trying to entertain everyone, enjoy a sunny (and rare) day at St. Stephen's Green Park and the landscape, aah the landscape is just wonderful!]
Bewley's Café and watch the buskers entertaining everyone on Grafton, enjoy a sunny (and rare) day at Stephen's Green park...and the landscape, aah the landscape is just breathtaking!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um mês em solo irlandês

Hoje faz 1 mês que chegamos aqui...
A impressão que tenho é que faz bem mais tempo... Nestes míseros 30 dias, aprendi tanta coisa que nem sei dizer... Essa brincadeira de gente grande não é fácil e a Peter Pan aqui não quer crescer de jeito nenhum.
Já tenho uma casa, segunda terei meu visto e logo, logo terei meu emprego.
Meu inglês deu um salto de 2 pra 4 numa escala de 1 a 10... e ainda vai melhorar muito =D
Fiz novos amigos, mas que jamais tomarão o lugar dos antigos...
A experiência do intercâmbio tem sido exatamente como eu imaginava, porém muito mais intensa... tanto no bom sentido quanto no ruim...
A Irlanda é linda como eu imaginava, só que MUITO MAIS LINDA e a saudade dói como eu imaginava, mas DÓI MAIS DO QUE QUALQUER DOR que eu tenha sentido.
Achei este texto da Clarice Lispector e ele é exatamente como me sinto em relação ao Brasil, a minha família aos meus amigos!
"Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.

Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,

de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,

do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,

que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!


Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas

que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,

de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia

e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!


Sinto saudades dos cds que ouvi e que me fizeram sonhar,


Sinto saudades das coisas que vivi

e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...

não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades

Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,

espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples

"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente

a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...

Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca

de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência..."
Clarice Lispector

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